Sempre fui apaixonada por esportes.
Desde cedo, gostava da sensação de me desafiar, de testar limites, não físicos, mas mentais. Ao longo do tempo, percebi que na maioria das vezes, o meu limite era criado por mim mesma. Quando focada e determinada, eu ia mais longe do que imaginava.
Foi com essa inquietação que decidi encarar o triathlon e fazer meu primeiro Ironman 70.3. Queria entender até onde meu corpo aguentaria. Mas, principalmente, queria descobrir se a minha cabeça seria capaz de me levar além.
Nesse processo, conheci um livro que me marcou profundamente: “Can’t Hurt Me”, do David Goggins.
Um ex-Navy SEAL e ultramaratonista que não apenas sobreviveu a situações extremas, ele usou essas experiências para se transformar.
Goggins me ensinou que a dor, a pressão e o desconforto, quando encarados de frente, moldam caráter, resiliência e desempenho.
Ali entendi que a pressão, além de me desenvolver, poderia acelerar o meu crescimento.
E essa foi uma das decisões mais conscientes que tomei na minha carreira: estar em ambientes que me desafiem, me tirem da zona de conforto e me façam crescer mais rápido.
Pressão não é problema. Pressão é ferramenta.
Quando entrei no G4, há quase quatro anos, foi com esse alinhamento muito claro comigo mesma: Eu não queria um lugar confortável. Eu queria um ambiente onde eu me desenvolvesse com velocidade.
Sabia que isso implicaria pressão.
Sabia que isso exigiria mais de mim.
Mas também sabia que seria esse o tipo de solo onde minha melhor versão teria chance de florescer.
E é por isso que hoje, como líder, tenho tanta clareza sobre o que um ambiente de pressão pode fazer, não só comigo, mas com quem está ao meu redor.
Pressão não tem meio-termo.
Ou ela faz a pessoa recuar.
Ou revela nela um nível que nem ela mesma sabia que existia.
Mas isso só acontece se o ambiente for estruturado. Se a liderança for consciente. Se a intenção for clara.
E é exatamente esse o nosso papel como líderes: entender profundamente o nosso time.
Saber onde cada um está. O que trava. O que impulsiona. E a partir disso, desenhar um caminho que tire essa pessoa da zona de conforto, não para expor, mas para desenvolver.
Liderar é criar o ambiente onde os outros se superam
Não é sobre gritar “meta” todo dia.
Não é sobre pressionar por resultado o tempo inteiro.
É sobre construir uma cultura onde as pessoas queiram se superar, não por medo de cobrança, mas porque acreditam no que estão construindo.
E isso começa pelo líder, mas não termina nele.
Porque não adianta só falar de desconforto.
É preciso estar disposto a viver esse processo também.
Afinal, como incentivar alguém a sair da zona de conforto, se você mesmo evita encarar a sua?
Liderar um time que entrega com consistência vai além de técnica.
É sobre presença. É sobre entrega real.
E, acima de tudo, sobre constância.
Não basta aparecer nos fechamentos.
Ou motivar só quando tudo está dando certo.
Cultura se sustenta na repetição. Na coerência. Nos comportamentos silenciosos.
E se tem algo que aprendi nos últimos anos, é que ambientes de pressão, quando bem direcionados, são capazes de transformar pessoas comuns em profissionais extraordinários.
Tenho o privilégio de ver isso acontecer de perto, todos os dias.
Para líderes que desejam formar pessoas melhores
A provocação que deixo nesta é clara:
📌 Você já alinhou com você mesmo que este caminho será desafiador e, mesmo assim, está disposto a enfrentá-lo?
📌 Você lidera pelo exemplo quando o ambiente aperta ou apenas repassa a pressão?
📌 Você tem usado a pressão como ferramenta de desenvolvimento ou como justificativa para o caos?
Liderança começa na intenção.
Mas se fortalece na coerência.
Escolhas fáceis constroem futuros difíceis.
Escolhas difíceis constroem futuros que valem a pena.
A escolha será sempre nossa.
E nunca se esqueça: sem pressão, o diamante permanece carvão.
Mari Mello 🚀
Sensacional!